quarta-feira, 8 de junho de 2011

IASERJ

 
        A equipe do blog Já É Notícia novamente foi às ruas, desta vez para saber da população as condições de serviço oferecidas pela unidade de saúde do IASERJ( Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro). Os moradores do bairro de Madureira, frente a Praça do Patriarca, denunciaram o estado de deterioração, abandono e relaxamento do poder público para com o local. Entretanto, nossos entrevistados foram unânimes ao colocarem a esperança de melhoria a partir das mudanças que estão sendo feitas para que o PAM( Posto de Assistência Médica) de Madureira se instale aonde atualmente ainda vigora o IASERJ.
         Segundo relato dos moradores, a administração da unidade de saúde passou do Estado para a Prefeitura, o que transformará o atendimento aberto a toda a população, diferentemente do que acontecia quando o mesmo era restrito a funcionários públicos do Estado. Buscamos entender o processo de restauração a que a instituição está sendo submetida e procuramos saber dos residentes como é morar na região, onde até pouco tempo (cerca de 2 meses), só se via mendigos, drogas, relações sexuais e assaltos.

       
>> Depoimentos
  
              Fizemos algumas perguntas aos moradores. Nossa primeira entrevistada foi a senhora Azenete, aposentada, de 86 anos. Moradora do bairro a mais de 10 anos, ela afirmou que o IASERJ sempre teve essas condições.
-“Moro aqui há 10 anos. Ta sempre assim. Atendia, mas eu nunca usei.”- afirmou.
              Perguntamos a aposentada se no tempo de vivência na região, ela pôde presenciar algum furto ou consumo de drogas à noite. Respondendo que sim, dona Azenete aproveitou para pedir a poda da árvore que fica localizada nos fundos da unidade, em um beco.
-“ Sim. Agora só tem uma coisa, se vocês puderem botar aí( na edição da matéria), aquela árvore ali bem ao lado da porta, a poucos dias roubaram um carro. Eu não sei de quem era, veio um homem, chegou, abriu o carro, entrou e levou. E é perigoso assim da gente passar ali porque a árvore esconde.”- disse apreensiva.
              Aproveitamos e perguntamos a moradora se ela tem medo de passar pelo tal beco, ou se todavia, ela o evita.
-“ De noite eu não passo ali não. Agora nem de dia eu passo por ali, por causa da calçada, eu sozinha não passo porque ta esburacada e eu fico com medo de cair. Dou a volta se tiver de ir para a Domingos Lopes.”- recordou.
              Dona Azenete não conteve a felicidade em ver a nova pintura que está sendo realizada no local.
-“ Vendo a pintura que eles estão fazendo, vamos ver quanto tempo vai durar isso daí, bonitinho. Ontem quando cheguei aqui no portão eu fiquei olhando contente de ver eles arrumando.”- contou, sorridente.
              A moradora afirmou que não é a favor da demolição da unidade de saúde, uma vez que havia uma faixa pouco antes da nossa reportagem tratando exatamente desta situação.
-“ Não sou a favor. Porque pode ser que a partir de agora eu tenha direito
( de ter atendimento). E eu não sou a favor porque tem os funcionários, as pessoas que precisam dali, que pertencem ali, né.”
              Por fim a aposentada denunciou que por diversas vezes acordou assustada com gritos vindos de pessoas que retornavam de bailes e concentravam-se no IASERJ, para perturbar a noite de quem desejava dormir.
-“ De noite era uma gritaria, uma zuada de quem vinha do outro lado, que Deus me livre. A gente acordava assustada. Agora não, nem escuto barulho. As vezes gritavam “socorro” e ficavam alguns homens falando. Não sei se era na Portela( o baile), só sei que vinha pra cá.”- encerrou.

>> Moradora denuncia: “Já presenciei garotos usando drogas.”

          A nossa segunda entrevistada foi a morada Ana Paula, que vive há 41 anos em Madureira e afirma que a mais de 10 o IASERJ está no estado de degradação. Quanto a sua presença em fatos decorridos na redondeza, ela nos contou sobre a utilização de drogas, o que de certa forma nos surpreendeu.
-“ Já presenciei assalto, drogas, tudo ali atrás. Os mendigos são muitos. Há pouco tempo os garotos ficavam por ali. Mas acabaram com a marquise, aí eles saíram. Normalmente tinha um que colocava fogo nos colchões que ficavam ali”- conta.
          Como o entorno do IASERJ é um beco, procuramos saber da moradora se ela tem ou não costume de transitar por ali para chegar até sua casa.
-“  Eu passo porque eu conheço o guardador de carro. Agora tarde da noite não, com certeza não. Ao anoitecer umas 18hrs eu ainda ando.”- afirmou.
              Perguntada sobre a ciência da rotina dos funcionários, Ana Paula, não soube nos responder com exatidão, mas destacou um ponto importante. Se eles trabalham, ela nunca os viu.
-“ Não sei. Primeiro porque nem fica aberto esse lado. Enquanto estava aberto eu só via umas 2 pessoas. Lá na frente então, eu nunca vi ninguém.”
              Por qual motivo a unidade de saúde vem decaindo nos últimos anos, a ponto de nem sequer prestar atendimentos, foi a pergunta que fizemos, a moradora afirma que o IASERJ acabou.
-“ Eu acho que o IASERJ acabou né. Tinha um lá no Maracanã que também acabou, não sei o porque. Eu sei que vem um posto de saúde para cá, me informaram, mas até os funcionários não queria que viesse.”
- Porque?
-“ Por causa de trabalhar, né. Eles querem ganhar muito, mas ninguém quer trabalhar.”- falou.
              Assim como dona Azenete, a moradora é contra a demolição do IASERJ, tendo no seu ponto de vista que seria melhor reestruturar a unidade de saúde, pelo que aparenta, é o que está sendo feito.
-“ Sou contra. Porque é melhor ter um posto de saúde. Agora ter um hospital IASERJ que não funcionava e demolir é melhor ou reaproveitar o local ou então demolir e criar qualquer outra coisa porque não tinha funcionamento, é só realmente para ter gente usando droga, ter mendigo, ter roubo.”- desabafou.
              Novamente, perguntamos a nossa entrevistada se ela sabia informar se a unidade é utilizada apenas por funcionário público ou é aberto o atendimento para toda a população.
-“ O IASERJ é para funcionários da Prefeitura( na verdade é do Estado e passará a Prefeitura). A não ser época de vacinação que é aberto para todo mundo, mas quase também não funciona. A gente tem que sair daqui e ir lá pra uma escola no Valqueire, próximo a Henrique de Mello.”- encerrou.

>> Dona Regiane: “É uma velharia tomando o lugar de quem precisa trabalhar”

          A nossa última moradora entrevistada, a senhora Regiane, foi a que mais nos detalhou sobre o cotidiano da unidade. Moradora do bairro a mais de 40 anos, ela contou sobre os poucos funcionários, a péssima estrutura, a prostituição, o consumo de drogas, entre outros.
              Quanto tempo o IASERJ está nesta situação?
-“ Há muito tempo, e é uma pena né. Graças a Deus que agora resolveram fazer alguma coisa que a gente realmente precisa. E a última vez que eu tive na pediatria com meus netos no posto, a pediatra até me deu uma notícia boa. Falou que futuramente a pediatria vem pra cá( o antigo IASERJ). E vai ser ótimo aqui pra gente. Foi a melhor coisa que eles fizeram, isso aqui tava abandonado. Um monte de gente fumando droga. Garoto novo aí se prostituindo e por aí vai.”-declarou.
              Regiane contou que por diversas vezes presenciou relações sexuais e cenas ilícitas, no beco onde fica o IASERJ.
-“ Eu não passo por aqui à noite e nem aconselho ninguém a passar. Porque aí você vê um monte de garoto, garota de 12,13 anos se roçando aqui. E os mendigos até que acabou. Antes tinha uma mendigaria da nada, não era fácil não, fora a sujeira.”-comentou.
              Quanto a rotina dos funcionários, a moradora de 40 anos do bairro, demonstrou a revolta com aquilo que ela chamou de velharia que perto de se aposentar não concede uma chance de trabalho a quem verdadeiramente o quer.
-“ Olha do IASERJ eu vi era um monte de velharia, tudo a ponto de se aposentar e tudo sem fazer nada aí, só tomando o lugar de quem realmente precisa trabalhar, podendo dar oportunidade pros mais jovens.”
              No final da entrevista, dona Regiane apoiou a reforma e espera que ocorra uma melhora no atendimento para toda a população.
-“ Está melhorando. Ta dando uma outra visão. To achando ótimo, porque só assim acaba essa vagabundagem que tem aqui, muito bom e vai dar mais movimento a isso aqui.”- encerrou.

>> Segurança do IASERJ: “Isso aí só quem sabe é a Secretaria de Saúde”

          Para encerrar nossa matéria sobre o IASERJ, buscamos ouvir o outro lado da discussão, os funcionários. Entrevistamos um dos seguranças, que por conscidência ou não, estava do lado de fora da unidade, de braços cruzados, apoiado sobre um carro, conversando com mais duas pessoas. Em certa parte, o funcionário chegou a ser grosseiro com nossa equipe, quando estávamos gravando. O sujeito reclamou do celular próximo a sua boca. Veja a seguir a rápida entrevista.
-Quanto tempo o senhor trabalha aqui?
-“ 2 anos e 4 meses”- disse
- São boas as condições de trabalho?
-“ São”- respondeu brevemente
- O que o senhor acha que pode melhorar?
- Pô companheiro..
-Médico, falta médico?
- “Não, não falta médico. Aqui não é mais IASERJ, aqui agora vai ser o município( Prefeitura), só que ta fechado.”- comentou.
- Mas e quando era do Estado?
-“ Funcionava cara só que era para funcionário público.”
- E porque tinha uma faixa contra a demolição do IASERJ?
-“ Porque eles( o Governo) queriam entregar como entregaram pro Município.”
- O senhor acha que vai melhorar as condições de atendimento e a estrutura?
-“ Eu não posso te afirmar nada, entendeu. Isso aí só quem sabe é a Secretaria de Saúde.”- encerrou.
         
>> Respostas

          Contatamos a Coordenadoria de Divulgação Externa da Comlurb, responsável pela poda e remoção de árvores. A mesma nos concedeu um telefone de teleatendimento da Prefeitura e lembrou que após a solicitação do serviço será feita uma avaliação do vegetal entre 10 a 15 dias, para que somente depois seja realizado o pedido dos moradores.

              Quanto a administração do IASERJ, que segundo os moradores e funcionários, está de possa da Prefeitura, falamos com a ouvidoria responsável, que informou que o IASERJ é um órgão administrado pelo Estado e que por esse motivo não há gerência do município.
              Com relação as calçadas esburacadas em torno da unidade de saúde, mandamos um email para a Coordenadoria Geral de Conservação e estamos aguardando uma resposta do órgão.

Matéria: Bruno Guilherme Tortorella
Equipe de Reportagem: Letícia Monteiro e Pedro Henrique     
Edição Fotográfica: Pedro Henrique
Edição Final: Bruno Guilherme e Pedro Henrique         

        
        

domingo, 27 de março de 2011

 TRANSCARIOCA

População de “mariscos” no caminho da Transcarioca 


            Segundo a analogia feita pelo morador, Ivo Menezes, “A pedra significa a Prefeitura, a água os vice-prefeitos e os mariscos a população”. Residente no bairro do Campinho, Zona Norte do Rio, ele foi irônico ao relatar que os mariscos são os pobres e servem apenas para tomar pancada. Ivo, foi um dos entrevistados da nossa equipe que foi às ruas para constatar problemas enfrentados pelas famílias que estão na linha da Transcarioca. Muitas estão desesperadas por não ter recebido a indenização ou porque não estão conseguindo arrumar um novo imóvel para alugar. 


>> Entendendo a obra 


            A Transcarioca, é um corredor exclusivo para ônibus articulado por BRT, e está a todo vapor. A obra que ligará a Barra da Tijuca ao Aeroporto Tom Jobim custará R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão financiados pelo governo federal e o restante pela prefeitura do Rio e terá 41km de via exclusiva com integração ao metrô e trem, além da implantação de ciclovias. Na região do bairro do Campinho, as desapropriações e demolições já começaram. A previsão de término é em 2014.
            Como parte do projeto, a construção de um Mergulhão em frente ao supermercado varejista Assaí, será a primeira obra a ser concluída. As obras prevêem ainda 45 estações, três terminais para embarque e desembarque de passageiros, nove pontes, três mergulhões, dez viadutos, duplicação de pistas e urbanização das áreas adjacentes. Ao todo serão 3 mil imóveis demolido. Segundo a Secretaria de Obras o tempo no trajeto será reduzido em 60%. 



>> Desapropriação x Injustiça

            Como em qualquer projeto que visa modificar ou melhorar a qualidade de vida da população de uma região da cidade, a Transcarioca segue a mesma ideologia. Ela apresenta diversos benefícios por onde irá passar, mas traz demasiados problemas e transtornos. A nossa reportagem conversou com uma dessas famílias, composta pela cabeleleira Maria Aparecida, de 53 anos, pelo garçom Ivo Menezes, de 49 anos e pela autônoma Marcela, de 21 anos, além de mais dois moradores. Todos estes, se mostraram bastante indignados com a falta de informação da Prefeitura.
- “ Eu tenho um filho de 1 ano e 7 meses, e estou grávida, e amanhã( quarta-feira, 30/3), eles chegam eu vou pra onde? Vou pro meio da rua? Não tem condições. Eu quero casa, eles( a Prefeitura) vão me dar?- indagou Marcela.
            Os moradores na região não estão mais dormindo tranquilamente. Muitos se encontram aflitos e incertos com relação ao tempo hábil que possuem para saírem de seus imóveis.
-“A senhora ali, a pressão dela “ta” oscilando porque a qualquer momento eles batem na porta e tem que sair”, afirmou Ivo.
            Indignado, ele fez menção ao sistema político adotado por 25 anos no Brasil e que segundo ele se repete no tratamento atual das autoridades.
-“Eles não podem fazer o que estão fazendo. Agora eu pergunto a vocês, isso aqui é democracia? Isso aqui é uma ditadura.”- declarou.
            No caso da família com a qual conversamos, eles se preparavam para deixar o imóvel no dia da nossa reportagem. O relato é que eles se instalarão provisoriamente na casa de parentes.
-“Quando a gente sair daqui vai ter que alugar alguma coisa. Eu “to” botando as coisas na casa da avó dela( Marcela), e também na casa da minha mãe. Depois vamos pensar em arrumar uma casa pra gente ficar.”- falou, preocupada, a moradora Maria Aparecida.
            O que mais chama atenção é o jeito com que as pessoas estão sendo tratadas. Dona Maria, conta o tratamento dos órgãos públicos.
-“Recebi a notificação, a mulher( da Prefeitura) veio aqui, eu assinei um papel e ela falou que temos que sair até amanhã(quarta, 30/3). Porque se não sair, vai tirar todo mundo de dentro, e vai levar para o depósito até a gente arranjar uma casa.”
            O grupo de moradores moram de aluguel em uma casa simples em frente ao Corpo de Bombeiros do Campinho. Denunciam que a Prefeitura os considera invasores da propriedade.
-“ A Prefeitura fala que a gente não tem direito, mas nós não somos invasores. Não somos irregulares, somos inquilinos.”- disse a cabeleleira.
            Quando questionamos sobre o que irão fazer para conseguir o ressarcimento, a fim de que possam arrumar um novo imóvel, eles afirmam que tudo dependerá da sentença que o juiz dará.
-“Agora, a gente “ta” dependendo do juiz. Porque assim o juiz pode dar causa ganha para nós. Pelo menos ele vai dar o imóvel ou o dinheiro para poder alugar uma nova casa. Aqui( em Madureira), não conseguimos arrumar nada. Os aluguéis são caros, tudo entre R$800 e R$900. E eu sendo autônoma, hoje tenho dinheiro, amanhã não.”- contou a moradora.
            Por outro lado, os moradores reconhecem a importância da obra que irá beneficiar 400 mil pessoas diariamente.
-“Essa obra é boa. Mas por outro lado “ta” sendo ruim pra gente, morador.”- observou Ivo.
            Enquanto fazíamos a entrevista com os moradores, fomos surpreendidos com a passagem pelo local de dois advogados que se prontificaram a nos explicar sobre a questão do direito de posse e o que terá de ser feito por parte dos interessados que querem a indenização.
-“A obra em si há uma utilidade. A maneira da desapropriação é que não está correta. A obra em si é necessária.”- afirmou o advogado Paulo Issa.
            Perguntamos qual ação que esta e as demais famílias, lesadas pela obra, podem ter. Eles foram taxativos.
-“Entrar com uma ação corretiva alegando o direito a posse. É um direito que está na Constituição.”- explicou o outro advogado, identificando-se apenas como Roberto.
            Durante uma longa explicação, os advogados afirmaram que no caso da família entrevistada o próximo passo a ser tomado é um novo processo na justiça contra o proprietário do imóvel.
-“Eles tem que entrar com uma outra ação. A ação de emissão de posse em cima de quem é o proprietário, que está no RGI( Registro Geral de Imóveis). Ele pode até ter falecido, mas sendo proprietário, ele não está na posse. Quem está na posse são eles( a família que ali reside a 10 anos), então a ação teria de ser ingressada contra o herdeiro, ou o próprio proprietário.”- falou Paulo.
            Ao questionarmos sobre o porque de muitas famílias não serem notificadas com antecedência sobre a necessidade de sair do local, Paulo Issa, nos disse que tudo é feito através do nome que consta no RGI.
-“Quando há a desapropriação ela versa sobre o proprietário, mas o proprietário não está mais no imóvel, ele vendeu. Só que está no RGI, então depositam dinheiro no nome dele, vem até a sua propriedade, com as autoridades, e levam as pessoas para fora do imóvel, quando elas são de posse do imóvel. Eles não estão dando chance a quem está na posse de discutir seu direito. A pessoa terá de discutir depois que está fora. Eles estão desapropriando imóveis rapidamente, porque querem correr com a obra.”
            Paulo Issa também alerta que a Prefeitura não pode alegar que não sabe quem está na posse do imóvel.
-“Eles não podem alegar que não sabem quem está na posse se houve um processo administrativo. Foram lá e viram que quem mora é fulano, com a família tal, naquela casa.”
            Quanto a indenização daqueles que são inquilinos, a explicação é que o direito se dá a pessoa de posse do imóvel.
-“O dinheiro está lá, a disposição de quem de direito vai buscar. Seria de quem está no imóvel? Sim. Mas se ele tem o direito a buscar aquele dinheiro tem que dá um tempo também para ele sair do imóvel, isso eles não estão dando”- lamenta o advogado. 


>> Congestionamento e transtorno 


            A rua Domingos Lopes, que começa em Madureira e prolonga-se até Campinho, é o grande “canteiro de obras” da Transcarioca. No local, já foram feitas mais de 80 demolições. Demolições estas que ocorrem diariamente. A tendência do trânsito é só piorar, inclusive é o que as próprias autoridades já admitem. Há na região pelo menos três desvios feitos pela CET-RIO para que o trânsito escoe melhor pelo bairro. O primeiro, fica antes mesmo de entrar na rua, na qual o efetivo ( pelo menos a metade) é obrigado a seguir pela rua Agostinho Barbalho. O segundo desvio ocorre na chegada a praça patriarca, por onde carros e ônibus que seguem em direção a Vila Valqueire já o fazem sempre que a rua Domingos Lopes está engarrafada. O terceiro, fica na altura do supermercado Assaí( até o momento a grande concentração da obra) pela qual veículos pesados, como caminhões e ônibus são obrigados a virar na rua Maria José e contornar a UPA de Madureira para então chegar a Intendente Magalhães e por conseguinte seguir viajem pela rua Cândido Benício.
            No domingo, dia 27/3, a rua Domingos Lopes ficou fechada ao trânsito para que máquinas e caminhões da prefeitura pudessem transitar livremente. Por conta do fechamento da rua, em pleno final de semana, um congestionamento se formou chegando até bairros como Cascadura, Praça Seca e Vila Valqueire. Não faltaram críticas e descontentamentos por parte dos motoristas. 



Matéria: Bruno Guilherme Tortorella
Equipe de Reportagem: Letícia Cristina, Letícia Monteiro e Pedro Henrique
Redação Final: Bruno Guilherme
Edição Fotográfica: Pedro Henrique
Edição Final: Yran Costa e Letícia Cristina




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URGENTE!

Massacre em Realengo. Atirador invade escola, mata 11 crianças e fere outras 13

         Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, invadiu na manhã desta quinta-feira(7/4), a escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele se passou por palestrante, tendo em vista que a escola estava realizando diversas atividades em comemoração aos 40 anos de sua existência. Wellington entrou armado e nitidamente seletivo quanto às suas vítimas.
         Os alunos que conseguiram escapar do massacre se abrigaram na casa de um carteiro que mora em frente à escola e estava com a porta aberta.
         -“Eu estava saindo pra trabalhar quando as crianças entraram correndo na minha casa, ensanguentadas, pedindo ajuda. Eu pensei em ir à escola, mas quando ouvi os tiros, resolvi voltar.”- disse o carteiro.
         Os estudantes relataram que o assassino escolhia quem iria matar. Segundo eles, o “psicopata e animal”, assim definido pelo Governador do Rio, Sérgio Cabral, atirava preferencialmente em meninas, mas dois meninos também foram atingidos pelo atirador.
            Muita gente entrou em choque, desmaiou nas escadas da escola e por pouco não foram pisoteadas. Segundo testemunhas, Wellington estava saindo da escola quando se deparou com uma patrulha que passava pelo local. Ao ver o homem armado, o policial ordenou que ele se rendesse e não foi obedecido. Ele teria então tentado fugir e acabou atingido por um tiro no abdômem. Então, o rapaz retornou ao estabelecimento de ensino e se suicidou dando um tiro em sua cabeça.
Hoje, (8/4), os familiares, conhecidos e amigos enterraram as vítimas do massacre. A maioria das crianças foram sepultadas no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o Secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame compareceram ao cemitério e também prestaram as suas homenagens. O corpo do atirador ainda está no IML( Instituto Médico Legal). Nenhum parente apareceu para tratar do enterro.













Matéria: Tatiane Marinho, Rayssa dos Santos, Alessandra Alves, Marriete Pereira e Gabriella de Azevedo.
Redação Final: Bruno Guilherme.
Edição Final: Letícia Cristina e Yran Costa.



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TERROR NO JAPÃO 


Catástrofes naturais resultam em vazamento radioativo
 
     Estima-se que aproximadamente 4 mil pessoas morreram nos desastres naturais ocorridos no Japão no dia 10 deste mês. Outros 6.746 estão desaparecidos, segundo balanço da Polícia Nacional divulgado pela agência de notícias Kyodo. Mas com muitos corpos ainda não identificados e várias cidades completamente destruídas, a expectativa é que o número de vítimas aumente e chegue a 10 mil.
Cerca de 150 soldados foram enviados para ajudar na medição dos níveis de radiação. O Japão tem cerca de 50 reatores. Quando o terremoto ocorreu, 11 deles pararam de funcionar automaticamente. Na cidade de Fukushima, no nordeste do país, onde três reatores estavam em operação, o sistema resfriador do primeiro falhou, após uma queda no fornecimento de energia. A perda de eletricidade atrasou a liberação de vapor dentro dele.
A companhia nuclear havia informado que a usina poderia liberar vapor propositalmente para aliviar a pressão, o que poderia causar vazamento.
- A quantidade seria pequena e o vento está soprando em direção ao mar- justificou o chefe de gabinete do governo, Yukio Edano, em entrevista concedida a comunidade internacional.
Horas depois a Tokyo Eletric Power, empresa operadora da usina, anunciou ter perdido o controle da pressão em alguns reatores de uma segunda usina em Fukushima.
- A pressão está estável dentro dos reatores, informou o operador, mas está subindo em outras partes.
Anteriormente, os Estados Unidos já haviam oferecido resfriadores. O Japão recusou.
               
 
Tsunami do Índico 


    Em 2004, um tremor de 9,1 na escala Richter gerou uma tsunami que devastou 12 países e matou 230 mil pessoas. A tragédia foi conhecida como a Grande Tsunami do Índico. O Tsunami do Índico foi transmitido por Tv’s e pela internet para um mundo horrorizado com as imagens de pessoas, trens e casas arrastadas pelas ondas.





Maior Terremoto 
   O Terremoto que matou o maior número de pessoas já registrado na história da humanidade ocorreu no centro da China em 1556. Ele matou pelo menos 830mil pessoas. Sua intensidade é desconhecida.

População japonesa não pôde contar com estrutura de transporte e comunicação após terremoto”

    A modernidade japonesa que sempre esteve a serviço da população para evitar grandes prejuízos em desastres naturais, desta vez foi insuficiente. Cerca de quatro milhões de casas não tem eletricidade. Trens e metrô estão sem funcionar, deixando milhões de pessoas impedidas de locomover e voltarem para suas casas. Portos e aeroportos foram fechados, enquanto estradas estão bloqueadas por detritos e rachaduras. E para completar, os celulares estão mudos.




Matéria: Letícia Monteiro Siqueira.
Redação Final: Bruno Guilherme.
Edição Fotográfica: Gabriella de Azevedo Queiroz e Pedro Henrique
Edição Final: Yran Costa e Letícia Cristina.